DRY (Don't Repeat Yourself): Menos é mais no código

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DRY (Don't Repeat Yourself): Menos é mais no código

Quando falamos sobre escrever código de qualidade, um dos princípios mais fundamentais e negligenciados é o DRY, Don't Repeat Yourself. A ideia é simples: evite repetir lógica, comportamento ou estrutura em múltiplos lugares do código. Mas sua aplicação prática vai muito além de uma boa organização — ela reflete maturidade, clareza de raciocínio e visão de longo prazo.


O que significa repetir a si mesmo?

Repetição não é apenas copiar e colar. É duplicar regras de negócio, validações, trechos similares com pequenas variações. Isso cria acoplamento invisível: mudar algo em um ponto exige lembrar de mudar em outros, o que quebra a escalabilidade e a confiança na base de código.

Veja este exemplo realista em Java:

public class OrderService {

    public double calculateOrderTotal(List<Item> items) {
        double total = 0;
        for (Item item : items) {
            total += item.getPrice() * item.getQuantity();
        }
        return total;
    }

    public boolean isOrderEligibleForFreeShipping(List<Item> items) {
        double total = 0;
        for (Item item : items) {
            total += item.getPrice() * item.getQuantity();
        }
        return total > 100;
    }
}

Aqui, o cálculo do total da compra está duplicado. Toda mudança futura (como aplicar desconto, arredondamento ou taxas) exigiria lembrar de modificar dois pontos, o que é frágil e propenso a erro.


Aplicando DRY na prática

Vamos extrair a responsabilidade para um único método reutilizável:

public class OrderService {

    public double calculateOrderTotal(List<Item> items) {
        return items.stream()
                .mapToDouble(item -> item.getPrice() * item.getQuantity())
                .sum();
    }

    public boolean isOrderEligibleForFreeShipping(List<Item> items) {
        return calculateOrderTotal(items) > 100;
    }
}

Agora, a lógica vive em um único lugar. Se o critério de cálculo mudar, a alteração será centralizada. Isso reduz bugs, melhora testes e mantém o raciocínio consistente e rastreável.


Aplicar DRY demonstra algo que vai além da técnica:

  • Clareza de raciocínio: você pensa em termos de estrutura, abstração e reaproveitamento.
  • Consciência de manutenção: você protege o futuro do projeto, e de quem vai herdar o código.
  • Foco no essencial: você evita ruído desnecessário, mantendo o código legível e direto.

Um código que evita repetições é um código que dá menos trabalho, exige menos explicações e escala melhor.


DRY é maturidade em forma de código

Adotar o princípio DRY significa escolher quando e onde o reaproveitamento traz clareza, segurança e sustentabilidade. É uma das formas mais simples e poderosas de mostrar que você escreve código com visão de equipe.